19 março 2008

 

Um passeio na Espanha

Oi povo,


Estou de volta à vida de passeador. Agora estou na Espanha, em Barcelona mais precisamente. O motivo da minha viagem; alguns sabem, outros nao; é uma conferencia da AIESEC, a organizaçao pela qual fui fazer meu intercambio ano passado. E a mesma Artemisia, a fundaçao que financiou meu intercambio no Uruguay, também subsidiou essa viagem. O congresso, é o congresso regional da AIESEC que inclui America Latina, EUA, Espanha e Portugal. Cada ano é em um lugar e este ano é em Barcelona, dos dias 23 a 31 de Março de 2008.

Na verdade, já estou aqui na Espanha desde o dia 16, em Madrid. Fiquei na casa do Cao, um amigo meu. A casa dele é bem legal, é de madeira, tem um metro de altura, por um metro e meio de comprimento, e uma tigela para raçao em frente a porta. Foi o suficiente para nós dois, e nem precisamos dormir de conchinha. Em Madrid, fiz uma turistagem básica, comi Jamón, fui em igrejas e tirei fotos artisticas. Tô até pensando em largar de ser escritor, para ser fotógrafo - ah sim, eu já tinha largado de ser engenheiro para ser consultor, de consultor para ser ONGueiro, de ser ONGueiro para ser escritor e agora talvez vire fotógrafo. Como nao sou muito de tirar fotos, mas aproveitei pra comprar uma camera digital pra familia, estou gastando toda a memória em fotos artisticas do chao, videos de estátuas e coisas assim. Aliás, nao apareço em nenhuma foto minha, ou seja, quem quiser pode usar minhas fotos para dizer que viajou para a Europa.

Agora estou em Barcelona, no albergue Kabul, o hostel mais hype da Espanha segundo um amigo meu, e pelo que vi aqui, ser hype, significa um lugar onde um grupo de 20 ingleses fazem o check-out do albergue fantasiados de Hulk, Wally, Pato, Mergulhador, Dançarina árabe, comboy gay, tenista dos anos 80 e etc.

(pausa no post pq aqui no albergue só pode usar 20 minutos e eu vou liberar o computer)
Pronto. Depois da pausa acima, passou um dia inteiro. Fui na Catedral, em outra igreja, no mercado da Boequeria (igualzinho ao Mercadao de Sao Paulo, até as mesmas frutas exóticas que tem lá, tem aqui). Comi calamares, uma lula mas meio diferente achei. Bom. Fui numa das casas de Gaudí, mas tava fechado prra reforma. Puro azar, se ficasse em Barcelona só mais dois anos conseguia ver aberto.
O albergue continua bizarro e eu percebi que tô meio tiozao. Olho pra molecada causando e só fico observando, pensando que já passei da fase de ficar vestido com calça vermelha de ballet o dia inteiro.
Passo mais 3 dias aqui e aí vou para o congresso. Quando estiver lá, mando outros comentários.
Beijos e sorrisos,

Soneca

31 julho 2007

 

O fim de uma era

Oi, povo


Enfim. Me deu vontade de colocar um título dramático e exagerado nesse meu último post.


Sim, é meu último post nesse blog. Pelo menos sobre as minhas viagens desse ano. Espero que ainda viaje muito nessa vida e sempre vou usar esse blog, mas daqui do Uruguay, esse é meu último post.


Quinta-feira, dia 2, é meu último dia de trabalho aqui no Ceprodih, Sexta é minha festa de despedida da AIESEC daqui, Domingo é meu último dia de Uruguay. Acho muito cedo para colocar em palavras, escritas ou faladas, o que foi toda essa experiencia. E sei que será a pergunta mais escutada por mim quando chegar ao Brasil "E aí, como foi? Conta!". Bom, será também a menos respondida. Não por má vontade, mas por incapacidade. Alguns anos serão necessários para que eu possa dizer exatamente o que foi e o que significou aquele mês em Santos e esses 5 meses no Uruguay.

Por isso, vou fazer uma lista. Uma lista completa e real, mas apenas simbólica. Com duas referencias que emblematicamente dizem muito de minha experiencia aqui e que cada um enxergue um pedaço diferente do que foi para mim tudo isso.


Na verdade sao duas listas: uma de pessoas, outra de livros.


A de pessoas, diz respeito às pessoas que conheci. O diferencial principal que escolhi, para organizar a lista, foi seu país de origem. Por esse motivo, muitos e muitos e muitos uruguayos, argentinos e brasileiros que conheci, nao serão diretamente citados nela. Mas isso não significa que tenham sido menos importantes na minha experiência. Essa lista existe para ser emblemática, não excludente. Outro critério que usei foi que essas pessoas citadas, sao pessoas com quem conversei, com quem tive alguma troca, de que vou lembrar por um tempo e que (espero) lembrem de mim. Não são pessoas com quem apenas que cruzei, trombei, vi na rua ou conheci no Orkut.

A de livros, esta sim, lista todos os livros que li nesses ultimos 7 meses. Mais especificamente nos 5 meses de Uruguay. Vou colocar o título no idioma que li cada livro. Principalmente por não saber o nome no idioma original, ou mesmo em portugues.






Pessoas que conheci:




Muitos, muitos, muitos uruguayos especiais.


Muitos brasileiros, muitos argentinos e...


Carolina Kowarik, España
Mónica, España
Carolyne, Kenya
Joscelyn, Mexico
Melissa, Mexico
Chioma, Nigeria
Farkhanda, Pakistan
Hashim, Pakistan
Raquel, Paraguay
Victor, Paraguay
Carlos, Peru
Danitza, Peru
Yuri, Peru
Nathi, Africa do Sul
Peggy, Africa do Sul
Daniel, Suecia
Aerin, USA
Aeron, USA
Ariane, USA (Utah)
Kalindi, USA
Lan Anh, Vietnan/Canadá
Isabelle, Canada
Ali, Pakistan
Zini, South Africa
Benjamin, USA (Utah)
Debbie, USA
Jackie, Zimbabwe
Carolina, España
Coyote, Panama
Pablo, Colombia
Arthur, USA (NY)
Sara, USA (Detroit)
David Bonbright, americano morando na Inglaterra
Edna, Mexico
Kerstin, Alemanha
Jennifer, Alemanha
Guimet, França
Natacha, França
Karyn, USA (Atlanta)






E os livros que li:




´Como mudar o mundo´, David Bornstein
´European Social Entrepreneurs - looking for a better way to produce and live´, Editado por Luisa Castelli
´Contos Norte-americanos - Os Clássicos´, org. por Vinicius de Moraes e Origenes Lessa
´Contos Ingleses - Os Clássicos´, org. por Vinicius de Moraes e Rubem Braga
´Contos Russos - Os Clássicos´, org. por Rubem Braga, Anibal Machado e Graciliano Ramos
´Muerte de un forense´, P. D. James
´O Banqueiro dos pobres´, Muhammad Yunus com Alan Jolis
´Visão 20:21, liçoes do século 20 para o novo milênio´, Bill Emmott
´Rimas y Leyendas´, Gustavo A. Bécquer
´Bola de Sebo´, Guy de Maupassant
´La dama del perrito y otros cuentos´, Anton Chejov
´Las flores del mal´, Charles Baudelare
´Narraciones Extraordinarias´, Edgar Allan Poe
´El Banquete´, Platão
´La reina Coax y otros cuentos´, George Sand
´Narración de Gordon Arthur Pym´, Edgar Allan Poe
´Los venenos y otros textos´, Julio Cortázar
´Digo e não peço segredo´, Patativa do Assaré
´El gato entre las palomas´, Agatha Christie
´Diez negritos´, Agatha Christie
´El asesino de la guia de ferrocarriles´, Agatha Christie
´Empreendedores Sociais Sustentáveis - como elaborar planos de negócios para organizaçoes sociais´, McKinsey & Co. e Ashoka Empreendedores Sociais
´Montevideanos´, Mario Benedetti




Acho que é isso. Fiquei muito feliz por ter lido tantos livros e um pouco mais feliz por ter conhecido mais pessoas do que lido livros.




Até a próxima.



Beijos e sorrisos,
Soneca

10 julho 2007

 

¡Al fin FOTOS!

Oi, povo

Isso, finalmente tenho fotinhos para mostrar.
Cliquem na foto para que a vejam ampliada. Especialmente as últimas que têm coisas escritas.


Como primeira foto eleita para mostrar a vocês todos, uma imagem que retrata a essência de minha existência aqui nesses meses de Uruguay. Mostra muito das causas e consequências dos principais eventos e experiências que vivi aqui.

É uma imagem que emblematicamente resume minha vida aqui. Espero que todos apreciem a concepção artística da foto.






Doce de leite e papel higiênico, a essência da minha vida aqui.



Agora uma foto minha com minha namorada uruguaya.




Agora algumas fotinhos de onde moro. Vou começar da entrada da casa, aí o teto da casa, meu quarto e os detalhes do meu quarto.

Eu e a entrada de casa. E alguns velhinhos que moram lá. Todos os que aparecem na foto moram lá, até aquele que tá lá no fim da rua encostado na parede.


O caminho de casa





O teto da casa










O caminho até meu quarto





A porta do meu quarto


















A vista ao sair do quarto (é uma escola aí do lado)








Agora os detalhes do meu quarto!
O guarda-roupa, a cama e a mesa.



Espero que tenham gostado.
Beijos e sorrisos,
Soneca

05 julho 2007

 

Mais um conto em espanhol

Oi, povo

Aqui vai mais um conto em espanhol que publiquei no meu outro blog.

"Cierra los ojos y escucha"
http://entresorrisos.blogspot.com/2007/07/cierra-los-ojos-y-escucha.html

É um dos meus contos que mais gosto. Fiquem a vontade.

Semana que vem tem post com fotinhos! Aeeee! Aguardem

beijos e sorrisos,

Soneca

29 junho 2007

 

12 minutos em minha vida (ou "Nada como ser pratico")

Olá, povo

Desculpe a demora. Estava esperando minha chefe trazer a sua camera, porque tirei umas fotos de onde moro e ia postar aqui.
MAS... ela esqueceu e agora vai ficar uma semana sem vir ao trabalho, assim que só na OUTRA segunda vou ter as fotos.
Entao resolvi fazer um post curto (depois de terminar vi que nao ficou tao curto assim haha) sobre um episódio que aconteceu dias atrás. Desses que mostram como há dias que o melhor é nao levantar da cama.
Tudo começou de manhã, quando eu estava com pressa para ir para o trabalho e decidi levar os ovos que ia comer no almoço num potinho e cozinha-los na cozinha do trabalho e nao em casa como geralmente faço. Para isso os guardei num potinho bem resistente, devidamente alcochoados em papel de jornal.
Mas o episódio em si durou cerca de 12 minutos apenas e aconteceu quando cheguei em casa de volta a noite.
Acabei nao comendo os ovos e voltei para casa. Em casa, entrei no meu quarto com uma puta vontade de mijar, deixei a mochila pendurada no armario. Mas eu tenho essa estupida mania de ser pratico em tudo o que faço. De nao perder a viagem nunca e aproveitar da melhor maneira possivel meu esforço. Assim já que eu ia baixar para ir ao banheiro, ia aproveitar para colocar os ovos no fogo e tambem telefonar para minha professora de espanhol para marcar a aula.
Entao começam os 12 minutos, quando, doido para ir ao banheiro, com as pernas naquela posiçao clássica "segura-mijo", abri a mochila e peguei o potinho, abri e vi que um dos ovos havia quebrado. O papel em volta estava enxarcado de clara e gema de ovo. Mas incrivelmente nao havia vazado do pote e minha mochila estava totalmente limpa. Uau, que sorte. Resolvi pegar outro ovo, para substituir o quebrado, porque estava com fome. Entao, com o pote aberto numa mao e um ovo envolto em papel jornal em outro fui descer. Mas aí lembrei que tinha que ligar para a professora e fui pegar a minha agenda na mochila. E como deixar tudo na mesa para pegar a agenda seria perder tempo, nada pratico e ainda tava morrendo de pressa para mijar, comecei a abrir o bolso externo da mochila. Com a mao do pote segurei a mochila e com a mao do ovo puxei o ziper. E aí tirei a agenda do bolso. Com a mao do pote. E para poder tirar a agenda, tive que girar a mao. A mao do pote. Do pote aberto cheio de clara e gema. E o pote virou dentro da mochila e na borda da agenda. Bom, nao caiu tudo, que sorte. Vazou só um pouquinho. Mas eu tinha que limpar agora, se nao o cheiro ia impregnar. Aí, resolvi ser inteligente e deixar o pote e o ovo de lado para ter as maos livres e limpar onde havia sujado. Mas deixei ali no chao mesmo, do meu lado, nao tinha porque ir ate a mesa. Peguei o papel toalha e limpei tudo direitinho. Tudo em ordem. Que sorte. Abaixei para pegar a agenda, o pote e o ovo extra. Merda, pisei sem perceber no ovo solto. Agora havia nao só o ovo quebrado no chao do meu quarto, como tambem marcas das minhas pegadas de clara por varios lugares do quarto. E tinha que limpar agora para ficar o cheiro. E eu com uma puta vontade de mijar.
Mas fazer o que? Tinha que limpar. E bem. Acabei com o rolo de papel toalha, passando tudo que havia de ovo para um saquinho, limpando os restos de casca espalhados pelo chao, as pegadas de clara e tambem limpando os ovos limpos para deixar na mesa. A essa hora ja havia decidido deixar tudo lá em cima, nao ser mais tao pratico e descer para mijar. Depois voltava para pegar as coisas. Desci correndo, entrei no banheiro e comecei a mijar. Senti aquele alivio enorme. E tambem um pouco feliz, porque havia feito um trabalho bem feito ao limpar tudo. Fiz tudo correndo e fiquei feliz com o resultado. Quase nao se via resto de ovo pelo quarto, quase nao se sentia cheiro de ovo pelo quarto. Que sorte.
Assim, com esse sentimento de alivio e felicidade que vem quando nós nos saimos relativamente bem de alguma desgraça, terminei de mijar, fechei o ziper e.... puta que pariu, fechei a merda do ziper no meu p.....
Ai, que dor! Até agora nao acredito que fiz isso. Pode parecer mentira, mas uns dias antes tinha pensado, ao fazer esse movimento de fechar o ziper, o quao lendaria era essa historia que aparece em filmes de fechar o ziper no coitado. Ao fazer ese movimento, nosso queiro piu-piu ja estaria bem guardado na cueca. Ninguem fecha o ziper antes de por o pirulito para dentro da cueca. A nao ser o idiota aqui! Sorte que parei a tempo. Deu para voltar a tempo e só ficou um vermelhao e a dor passou rapido.
Finalmente acabaram os 12 minutos. Subi e deixei para comer mais tarde e ligar no outro dia. Precisava deitar e fazer algo que nao fosse nem pratico, nem tampouco util. Dormi.
Agora esperem até a semana que vem quando vem os posts com fotos!! EEEE!!
Beijos e sorrisos,
Dormilón

07 junho 2007

 

Contos em espanhol

Oi, povo

Uma entrada rápida para dizer que (como lição de casa de minhas aulas de espanhol) traduzi um conto meu.

Hmmm... vocês sabiam que eu escrevia contos? Sim, escrevo e tenho um blog só deles também.

www.entresorrisos.blogspot.com

Entrem, vejam o meu conto traduzido e aproveitem para fuçar nos outros contos se quiserem também (inclusive o original "Os três ciclistas").

Semana que vem tem outro conto traduzido.


Beijos e sorrisos,

Soneca

30 maio 2007

 

SDL e Buenos Aires

Oi, povo

Dias de viagem. Terça-feira passada fui para a Argentina. Uma semana de viagem, um pouco de AIESEC, um pouco de turismo. Andei muito, dormi pouco e passei muito frio.



SDL
O motivo principal da viagem era o SDL ConoSur - Atlantico, em Córdoba, AR.

SDL é Seminário de Desenvolvimento de Líderes, um dos congressos que se realiza na AIESEC. ConoSur é o nome do comitê regional daqui. No Brasil tem um comitê único nacional. Aqui, ele engloba tres países: Chile, Uruguay e Argentina. No total reune 6 comites locais. Atlântico é porque eles separam o SDL em 2, por questoes de logística. Os 3 comitês do Chile formam o Pacífico e os 2 da Argentina e o 1 do Uruguay, formam o Atlântico. Córdoba é uma cidade no centro da Argentina, onde foi organizado o Seminário.

Foi muito bom. 120 pessoas, um recorde para os congressos daqui. Infra-estrutura e OC incríveis (OC é a comissao organizadora do evento). Melhores do que já vi em qualquer evento do Brasil. Conheci pessoas muito interessantes. Como uma alemã que está vivendo na Argentina e quer trabalhar na área social. Um americano que esta trabalhando pelo mesmo programa que eu, numa ONG em Buenos Aires. Uma americana, lider regional da Ameria Latina na AIESEC em Responsabilidade Social Corporativa e que é torcedora dos Detroit Pistons e que ficou imensamente grata por poder falar com alguem sobre NBA. Além de baladas onde sambei, usei minha mini camiseta do Brasil da Copa de 86, pintei meu rosto de diabo, fui obrigado a dançar e ENSINAR a dançar axé, aprendi a dançar cumbia(?!) e não peguei ninguém.

Turismo
Dois dias antes de começar o congresso, fui sozinho fazer turismo em Buenos Aires. Viajei de madrugada, dormi na viagem, cheguei às 8 da manhã. E caminhei todo o dia. Visitei o Museu de Bellas Artes, caminhei pelo centro, vi o Obelisco, comi batata chips com molho hellman´s sentado numa escada na rua e vi Milan vs Liverpool no bar "Locos por fútbol", torcendo pro Milan, cercado por ingleses loiros e branquelos e com a certeza de que só não quebraram o bar ao fim do jogo porque a cerveja era cara e nao conseguiram ficar bêbados! Finalmente fui entao deixar minha bagagem (que se resumia a uma mochila totalmente estufada e muito pesada) no albergue onde ia dormir, indicado pela Maren, minha amiga da Poli que está morando, trabalhando e casando em Buenos Aires. Era um quarto coletivo, de 10 camas, mas só havia uma ocupada. Com calefaçao, roupa de cama boa e limpa, toalha, banheiro coletivo, mas decente. Estilo moderninho e cool. Muito bom, por 8 dólares e com direito a café-da-amanhã. Indico fortemenete para quem for a BsAs. Fica em Palermo (www.hostelgiramondo.com.ar). Conheci uma francesa de 19 anos que está fazendo um estágio em BsAs. O curso que faz na França a obriga a fazer um estagio em outro país, logo no primeiro ano de facu. Com 19 anos minha única preocuaçao era ser pivô titular na Poli! haha Depois fui num barzinho chique encontrar a Maren, que estava com as amigas de trabalho (como se Unilever pudesse ser considerado trabalho), comemorando o aniversário de duas delas. Aí fui para uma balada de american hip-hop de um flyer que tinha encontrado no albergue e finalmente pude dançar black music, conheci uma americana que estava organizando a festa e nao peguei ninguem. Voltei, dormi, tomei café da manhã e conversei mais com a francesa. Aí peguei minha mochila e fui visitar o Jardim Botanico e depois fui a La Boca. Passei pelo caminito, um caminhozinho de casas pobres pintadas coloridas e um monte de gente querendo conseguir dinheiro de turista. A parte mais legal foi o Museu do Boca Juniors. Muito bom e legal, com direito a visita a La Bombonera, imperdível. Me diverti, conheci bastante coisa, gastei mais dinheiro do que o previsto e naão tirei nenhuma foto. Já devem ter percebido o tipo de turista que eu sou né? Sem fotos, apenas as imagens na minha cabeça.
Aí encontrei com o povo da AIESEC e fui para o SDL. Ao terminar o SDL, voltei para BsAs, para passar mais um dia de turismo. Mas dessa vez com mais 7 pessoas, camera digital, bandeira do Uruguay e coisas tipicas de turistas. Caminhamos bastante, fomos de novo ao caminito e passamos mais tempo no centro, conheci mais da história da Plaza de Mayo, a história das Madres de Mayo, as mães dos desaperecidos da ditadura. Visitamos igrejas muito bonitas, e, agora sim, fotos com Obelisco, Casa Rosada e outras coisas do estilo. Passeamos, rimos e fizemos bobeiras o dia todo. E até a noite, durante a viagem de volta.
Depois de 6 dias, com média de sono de umas 3, 4 horas e às vezes mal dormidas em ônibus, voltei à Montevideo. Cheguei às 7 da manhã, dormi de novo 3 horas e fui para uma reunião às 11hs. De ontem para hoje finalmente dormi de verdade. Das 21hs de ontem, até as 11h30 de hoje. De volta ao mundo de Soneca.
Beijos e sorrisos,
Soneca

17 maio 2007

 

Um pouco de trabalho, um pouco de balada e muito Doce de Leite

Oi, povo

Sem maiores novidades. Nada demais no trabalho, nada demais na rotina, nada demais nas baladas. Estou vivendo uma vida nada demais aqui.

Estou trabalhando bastante, mas só na expectativa, sem maiores resultados até o momento. Algumas reunioes, algumas propostas, muita espera e uma necessidade urgente de dinheiro pra ONG. Estou tentando ter uma brilhante idéia, mas todos os planos sao, no mínimo, a médio prazo. Nem sei se é possível eu conseguir alguns milhares de reais assim... em duas semanas, mas se alguém quiser me ajudar, será benvindo!

Agora há mais gente na AIESEC daqui e estou saindo mais. Fui ver "O tigre e a neve" no cinema, saí de balada, vamos ver "Hombre Araña 3" e no outro fds tem um congresso em Córdoda, Argentina. Quero aproveitar essa viagem para fazer turismo por Buenos Aires também.

Comprei Doce de Leite de mais duas marcas diferentes, um pote pequeno de uma chique e um de 1kg da marca mais barata, que também é muito bom. Estou viciado. O de 1kg durou 5 dias. Mas minha intolerancia a lactose é pequena, mas ainda existe. E a principal reaçao do doce de leite em mim sao os gases. Ainda bem que eu moro sozinho! haha Tomo cuidado para nao fazer nenhuma faísca depois da sobremesa. Sabe aquela mania velada de peidar embaixo do cobertor? É como se meu quarto todo fosse o cobertor! hahaha É bom que ajuda a esquentar nesse frio. E afastar os mosquitos!

E nao se preocupem. Uma "vida nada demais" nao é algo necessariamente ruim. Acho até bom que cheguei nessa fase. Choque cultural cansa. É bom ter tranquilidade, rotina, um caminho definido a sua frente.

É isso

Beijos e sorrisos,

Soneca

P.S.: Alguém sabe como é "peidar" em espanhol? Favor responder nos comentários desse post.

08 maio 2007

 

Futebol, LW, Petrobras e Doce de Leite

Oi, povo
Uau, quantos temas! É, mas nada de muito interessante! haha Alguns comentarios sobre o que se passou nesse tempo.

Futebol: Finalmente joguei!! Por uma comunidade do Orkut, de Brasileiros em Montevideo, encontrei um empolgado que marcou um jogo com o povo do seu hotel. Havia mais brasileiros, uns argentinos e um uruguayo. Aqui jogam muito Futbol 5. Que é uma quadra do tamanho da de futsal, tambem com 4 na linha, mas em grama sintetica e uma bola maior que a de salao. Joguei bem, dei rolinho e chapeu, mas a cada vez que tentava dar um corte escorregava e caia pateticamente.
LW: LW é Learning Weekend, um evento de um fim-de-semana em um sitio alugado para recepcionar os novos membros da AIESEC. Éramos 26, com 13 membros novos. Foi muito legal, foi bom para lembrar o "ambiente AIESEC", que é como estar em um ambiente de amigos antigos. Teve balada mas nao peguei ninguem. Tinha uma bem bonitinha, mas tem namorado. Nao vou dizer quem é porque alguns AIESECos daqui lêem esse blog. Andrea, as uruguayas nao têm bunda, mas sao lindas. De rosto sao mais bonitas que as brasileiras, já havia dito isso nos primeiros posts.
Petrobras: Ontem fui á uma reuniao com o Gerente de Comunicaçao da Petrobras Uruguay, junto com Adriana Abraham, a diretora do Ceprodih ( a ONG onde estou, você já devia saber isso). Foi boa, mas sem nenhum confirmaçao, nem nada. Estou dizendo porque é como um marco para mim. A reuniao foi por um campanha que eu idealizei, elaborei, escolhi a empresa, descubri o nome do gerente e consegui a reuniao. Agora começou a parte pratica do meu trabalho, depois de tanto tempo planejando e tendo ideias e etc.
Doce de Leite: Como descobri que minhas diarreias eram do glúten, voltei a comer lacticinios. Comprei uma lata de 1 kilo do Doce de Leite mais caro. Pensei que ia comer aos poucos e ia durar um mês, um mês e meio. Durou 6 dias. É muito bom o doce de leite daqui, melhor que os enlatados que tem no Brasil. Mas pior que o doce de leite que minhas tias fazem em Barretos, esse é insuperável. O lado bom de estar longe dos pais é que eu posso comer doce de leite direto do pote, em colheradas e comer o quanto eu quiser, até explodir. Depois eu me arrependo, claro, porque nao consigo nem andar de tanto doce. Mas aí no dia seguinte faço a mesma coisa de novo.
Ah! E uma ultima observaçao relacionada aos relatos do Igor na Finlandia. Aqui acontece menos, mas tambem tenho que usar a tática do "acenar com a cabeça afirmativamente, ignorar o que a pessoa falou e continuar andando". Apesar de já entender bem o espanhol, de vez em quando ainda tenho que fazer cara de paisagem.
Beijos e sorrisos,
Soneca

30 abril 2007

 

Observaçoes

Oi, povo,

Hoje o post é simples: algumas das minhas observaçoes bem particulares. Sao pensamentos que passaram pela minha cabeça durante esse tempo aqui no Uruguay. Divirtam-se:


Devido às minhas restriçoes alimentares eu como todo dia umas bolachinhas de arroz, como torradinhas, que nao tem no Brasil e aqui se chamam Galletas de Arroz. Eu gosto muito de uma Mini-Galleta de arroz. É uma torradinha redonda e descobri que ela tem o tamanho exato do meu céu-da-boca. É que frequentemente quando como (ponho ela inteira na boca), ela fica presa entre os dentes superiores, inteira, sem quebrar. E tenho que usar o dedo para tirar.
Se um dia precisar proteger meu céu da boca de algo, como um veneno, ou mesmo guardar algo escondido na boca posso usar isso. Por exemplo, sabe quando acabou de colocar um chiclete na boca e te oferecem alguma coisa gostosa pra comer? Entao fica aquela duvida entre desperdiçar o chiclete ou dispensar a comida. Eu poderia colocar o chiclete em cima de uma mini-galleta, encaixar ela no céu da boca, comer o que me oferecerem e depois tiro a galleta e continuo a mascar o chiclete.
Os homens aqui no Uruguay nao têm o habito de olhar para trás quando cruzam com uma mulher qualquer na rua. Como todo homem sabe e as mulheres desconfiam, os homens brasileiros têm essa mania quase imperceptível e inconsciente de olhar para trás quando cruzam com uma mulher, qualquer mulher, na rua. Sim, TODOS os homens fazem isso. E sim, é para olhar a bunda da mulher. E Sim, mesmo eu, que sou tao legal e sensível faço isso. Uma verdade inconveniete: até o Chico Buarque faz. Claro que quando se está preocupado com alguma coisa ou pensando em alguém nao se faz, mas se está caminhando pela rua despreocupadamente, é inevitável. É uma mania, é automático, faz-se sem perceber. E é para qualquer mulher, nao apenas as que interessam. Se é bonita, vira-se para checar se é bonita "indo" também, se é feia, vira-se para ver se "pelo menos" é Raimunda, mas em geral vira-se sem pensar e sem saber que o fez. É como o sonambulismo. É um arco-reflexo no homem brasileiro.
Isto explicado, repito minha observaçao: os homens uruguayos nao têm esse reflexo. Claro, quando alguma mulher deslumbrante passa, eles olham, mas nao com a mesma intençao e automaticidade do brasileiro. Por que? Nao, eles nao sao mais cavalheiros e sofisticados, é que as mulheres uruguayas nao têm bunda. Nenhuma. É preferível jogar na loteria do que virar para trás e esperar ver alguma coisa que valha à pena.
Mulheres e família, nao me olhem assim. É apenas uma constataçao socio-antropológica.
Na porta da casa em que moro, tem um olho-mágico. Entre as 5 e 6 da tarde, o sol fica alinhado diretamente com ele, de maneira que cria uma feixe de luz, similar a um prisma, que divide as cores da luz branca e forma um mini-arco-iris. Mas esse mini-arco-íris só é visível se coloca-se um anteparo. No meu caso, o vi contra a palma da mao. Fui seguindo o feixe, me afastando e usando a mao como anteparo sempre. Porque nao se pode ver os raios de luz, nem uma iluminaçao diferente, olhando para o caminho no ar que faz o feixe. Vi que ele continuava até muito longe, chegando no refeitorio e correndo paralelamente à mesa deste, terminando entre uns canos onde nao se pode ver as cores entre eles.
Aí que me ocorreu a idéia de que se um dia estiver com alguém sentado na mesa do refeitório, entre as 5 e 6 da tarde, posso colocar a mao na posiçao certa e mostrar um arco íris na minha mao de maneira que a pessoa nao vai entender, nem conseguir reproduzir. Posso dizer que tenho esse dom especial, de criar um arco-íris com a minha mao. Que sou mágico. Será que alguém acredita?
Tenho algumas outras mil observaçoes na minha cabeça, claro, mas nao com alguma conclusao ou aplicaçao prática como as demonstradas acima.
Até a próxima!
Beijos e sorrisos,
Soneca

26 abril 2007

 

"Amigo-gay" e aulas de espanhol

Oi, povo,

Passou uma semana sem novidades. Trabalho indo bem. Acostumado com minha dieta sem glúten, sem lactose, sem graça. Ah, finalmente fui numa balada aqui, mas nada demais. Comecei a fazer aula de espanhol também.
Bom, a balada que fui era um misto de barzinho em cima com pista embaixo. Tocava rock argentino e uruguaio e umas coisas do Brasil como Ana Julia, dos Los Hermanos. Uma hora começou a tocar reggaeton, que é o funk carioca deles daqui, mas a galera nem se empolgou. Umas danças estranhas tipo rumbia ou algo assim também tocavam. Mas o ambiente mais legal era o da entrada, que passava uns DVDs bons no telao e dava pra conversar. Bom, conversar em termos. Porque fui com 3 meninas e, obviamente, elas ficavam falando de homem. Incrível, nem conhecia duas delas antes daquela noite e já tinha me tornado "amigo-gay" de todas. Daqueles com a qual se pode falar de homem a vontade na roda, sem se preocupar em deixar de fora. Assim, fiquei viajando. Quando elas me perguntavam se entendia a conversa, dizia que entendia que estavam falando de homens em espanhol e que preferia pensar em mulheres e em português. Depois de algumas indiretas, ou por falta de assunto a respeito dos tais homens, consegui finalmente conversar com elas. Bem legais e me arranjaram um contato bom pras campanhas que estou fazendo aqui no trampo.
Nao, nao peguei ninguem. Mas a balada foi muito boa, o lugar é agradável e a melhor coisa é que foi de graça! Nao paga pra entrar e como nao bebo nada... além de ter ido a pé e voltado de carona.
Sábado passado comecei as minhas aulas de espanhol. Consegui uma professora bem baratinho por um contato da AIESEC. Cobra uns 10 reais por hora, em comparaçao aos 25 que os outros queriam. Ela é uma senhora de uns 50 a 60 anos, professora particular de aluno de colégio. E ao chegar na casa me senti um aluno de colégio mesmo. Ao sentarmos, a primeira coisa que ela falou foi "A frase se começa com maiuscula", e parou, como esperando uma resposta. "?" Fiquei olhando para ela para ver se compreendia bem a pergunta. Percebi que nao era uma pergunta retórica. Ela realmente estava me ensinando que se começa uma frase com letra maiuscula. Pensei "Pronto, vou gastar 10 reais para ela me ensinar o que sao vogais e consoantes e como formar sílabas". Pensei por um segundo que ela podia achar que eu falava chines ou uma dessas linguas que nao usam o mesmo alfabeto ou que eu era analfabeto até no portugues. Assim, na primeira oportunidade que tive disse "Em portugues também é assim". Pronto, acho que agora ela lembraria que eu era brasileiro e sabia escrever.
Mas depois disso a classe rendeu, me explicou o uso do acento e as conjugaçoes verbais. Fora um ou outro elogio que me fazia parecer ter 10 anos e aquele tipo de pergunta que se hesita em responder porque parece pegadinha de tao banal. "´Yo canté´, quién canto?"- "hmmm... Yo?" - "Muy bien!! Que inteligente que es!!!". Escrevi um pequeno texto para ela avaliar meu espanhol e ela me elogiou tanto que por um momento pensei em mim como um novo Miguel de Cervantes. O texto era mais ou menos nesse estilo "Yo soy Rodrigo. Yo trabajo en CEPRODIH. CEPRODIH es una ONG que trabaja con personas en situacion de calle..." e assim ia. Realmente, pela surpresa e empolgaçao dos elogios, ela achava que ia encontrar um completo ignorante.
Mas no fim valeu a pena a aula e fora esses lapsos de achar que sou um aluno burro de quarta série, ela é uma professora muito boa. Já disse que vai me dar textos para escrever diferente dos básicos "Minhas férias" e uma carta. Assim acho que vou sair daqui escrevendo bastante bem também. Enquanto isso vou lendo alguns autores em espanhol e praticando meu sotaque no dia-a-dia.
É isso...
Beijos e sorrisos,
Soneca

17 abril 2007

 

Lugar certo, hora certa

Olá, povo,

Buenas! Deixei esse post para depois do fim-de-semana, por um motivo muito especial. Ontem o dia todo e hoje de manha, participei de um Seminario Internacional. Chique? Mais do que você pensa!
Era um Seminário Internacional sobre Prestaçao de Contas em ONGs. Era algo bem restrito e haviam convidados muito importantes. Lideranças de redes de ONGs de 15 paises, incluindo quase todos da America Latina, Espanha. Mais um especialista em prestaçao de contas ("accountability", no jargao corporativo, para ser mais específico) da Inglaterra, e representantes de Ashoka, Fundaçao AVINA, BID e Governo Uruguaio. Para vocês terem uma idéia, o seminario foi fechado com o pronunciamento da Ministra Uruguaia de Desenvolvimento Social. Como era algo bem restrito, de interesse bem especifico, o seminario era aberto a qualquer um que quisesse a participar, sem custo algum. Com direito a pastinha, papeizinhos e, mais importante, bebidas, comidinhas, café e inclusive um almoço no restaurante do chique hotel onde se realizou a cerimonia. Tudo na faixa.
Mas fora isso, vocês nao têm idéia da oportunidade que foi, para mim, participar desse seminario. Isso mostra como, quando se sabe o que se quer e pra onde ir, o destino conspira ao seu favor. Fora a enormidade de conhecimento que pude absorver sobre temas importantes do terceiro setor, mas que nao convém repassar aqui pois sao temas técnicos e nao questoes de interesse geral, pude fazer um networling incrivel e completamente inesperado. "Networking" (para os que nao sao do meio corporativo que usa palavras chiques em ingles para dizer as coisas mais simples e banais, e assim pensam serem mais importantes) é o recurso de se fazer conexoes pessoais, durante eventos como seminarios, cocktails, palestras e etc. que possam te ajudar, agora ou no futuro, direta ou indiretamente, na sua carreira profissional. Enfim, é um "vamos fazer amigos importantes"! haha Mas sem, necessariamente, ser algo falso ou interesseiro. Sao negocios. Entao, quase ninguem sabe, mas tenho um projeto, muito ambicioso, relacionado a arrecadaçao de recursos para o Terceiro Setor. Sem entrar em detalhes e para terem uma noçao da minha pretensao, a "missao" da minha ideia, digamos assim, é amplificar largamente a cultura de doaçao no Brasil e transformar completamente o modo como sao vistos e avaliados os trabalhos sociais no Brasil. E nesse seminario conversei com o tal especialista ingles, ele nao só gostou muito da ideia, como disse que eu estava na direçao certa das melhores iniciativas na área, além de me incentivar bastante e passar alguns contatos importantes, a nivel mundial, na area. Nao só a sua propria organizaçao de "accountability", como o contato de um dos criadores do maior site de doaçoes da Inglaterra, que arrecada anualmente 30 milhoes de Euros. Além disso, conheci ferramentas e iniciativas ótimas de uma organizaçao argentina, e conversei bastante com a autora dos estudos e da ferramenta. Além de uma lista de sites para tomar como referencia, dicas de boas iniciativas no mundo e bastante material para a liçao de casa.
Essa oportunidade foi unica e se poderia dizer que o acaso fez com que eu estivesse aqui no Urugay, diante da rara oportunidade de ter um contato tao proximo com essas pessoas importantes para expor minhas ideias e conquistar o apoio delas. Mas eu acho que essas oportunidades estao sempre presentes e muitas coisas, sendo poucas delas relacionadas à "sorte", me ajudaram. Estudar ingles por 8 anos, estar consciente dos meus planos e ter passado um bom tempo pesquisando e aprofundando minha ideia, ter tido a iniciativa de entrar para a AIESEC e trabalhar nos lugares onde trabalhei, me deixaram pronto para ter essa "sorte".
No fim das contas um expert de nome internacional disse que minha idéia é muito boa e eu tenho que continuar em frente, para me destacar em um tema de relevancia mundial.
O que eu vou fazer? Vou continuar a trabalhar para mudar o mundo?
Nao, vou começar a trabalhar para revolucionar o mundo.
Beijos e sorrisos,
Soneca

05 abril 2007

 

Ler

Oi, pessoas

Aqui estou eu de novo, já com uma rotina e poucas novidades.


Primeiro as poucas novidades, que na verdade é só uma. Como efeito das minhas enfermidades intestinais de semanas atrás, descobri, depois de uma ida ao médico durante uma recaída, que estou hipersensível a lactose agora. Já tinha intolerância a lactose antes, mas parece que por causa do virus de infecçao intestinal que tive, agora está mais crônico. E a novidade em si, além de tudo, parece que sou levemente alérgico a gluten! A médica sugeriu isso, eu achei que era bobagem, mas depois de uma fatia de pao de gluten, supostamente bom para o sistema digestivo, eu fiquei com a lingua um pouco inchada e tive problemas de estômago, e assim tive que dar o benefício da dúvida à doutora. Assim, resumindo, em termos práticos, nao posso comer: nada de leite: queijo, doce de leite, manteiga, etc. e nada de farinha: pao, bolacha, bolos, etc. É o destino atacando por todos os lados para que eu nao coma mais alfajor.

Agora a rotina. Minha rotina é ler. Acordo, tomo café da manha (com maça, banana e biscoito de arroz com maionese, devido às restriçoes acima), trabalho, volto para casa e leio. Trouxe 6 livros e achei que seria suficiente para os seis meses, afinal meu ritmo de leitura vem lento faz um tempo. Mas hoje, depois de um mês, já li inteiros 3 livros de cerca de 500 páginas, estou na pagina 280 de outro e na 120 de outro. Os livros já lidos sao: os já citados "Como mudar o Mundo" e "Banqueiro dos Pobres", além da coletânea "Contos clássicos Russos". Estou no fim de "Visao 20:21", um livro do editor do The Economist, Bill Emmot, sobre o que podemos aprender do século XX, que deve direcionar como vai ser o século XXI em aspectos globais, políticos e economicos. Presente dado pelo PJ e muito bem aproveitado que me surpreendeu, nao pela relevancia e interesse do tema, mas pela rapidez com que tenho devorado esse livro. E ainda me falta ler os dois outros volumes da coletânea de contos "Contos clássicos Ingleses", que já comecei e "Contos clássicos Norte-americanos", o único livro ainda fechado, dos que trouxe. Porque aqui já comprei outros dois, uma pequena coletanea de contos do escritor argentino Julio Cortázar e uma versao de Agatha Chritise em espanhol, para ir praticando. Essa é minha rotina, um jovem intelectual, recluso, devorador de livros.

Junto a tanta leitura, está me voltando a vontade de escrever. Por isso nao se admirem se eu tiver vindo aqui para aprender mais sobre empreendimentos sociais, mas voltar como um famoso escritor. A nao ser que coloquem uma televisao no meu quarto até lá.

Beijos e sorrisos,

Soneca


26 março 2007

 

Jornada

Olá, pessoas
Essa semana passou tranquila. Pouco trabalho, minha chefe, a diretora do CEPRODIH, andava ocupada com outras coisas, principalmente a Jornada de CEPRODIH.
Este Sábado tivemos a tal Jornada. Foi um encontro num sitio a 2 horas de Montevideo para juntar todos os que trabalham nos diferentes projetos de CEPRODIH, avaliar 2006 e planejar e expor as novas diretrizes para 2007.

O CEPRODIH é uma ONG dividida em diferentes projetos. Um cuida de maes solteiras e seus filhos que necessitam de um apoio para mudar de vida. Outro de maes que estao em situaçao mais critica, com filhos desnutridos e tal. Outro que cuida de homens e mulheres idosos, sendo que sao projeto diferentes, com populaçoes diferentes, o projeto que recebe os velhinhos de dia e o que recebe de noite, apesar de serem na mesma casa (que é onde moro). Além dos projetos que chamam de áreas transversais, que trabalham com as pessoas dos projetos assistenciais e que realmente fazem a diferença do CEPRODIH, que sao: micro-empreendimento, PROMOVER que é um centro de capacitaçao e profissionalizaçao, sala de informática e creche.
Bom, até o ano passado, a missao da ONG, em especial no que se refere às maes atendidas, era pessoas que vivem na rua. Agora mudou, é para pessoas vítimas de violência. Isso vem de uma decisao politica. Pois aqui no Uruguay quase todas as ONGs sao financiadas pelo governo. Como lado bom, é uma boa terceirizaçao de partes do serviço social, assim a qualidade dos serviços aumenta. Mas como lado ruim, há sempre a dependencia do estado, de suas politicas publicas que sempre mudam quando muda o governo ou mesmo um diretor de área. E foi isso que aconteceu. Agora o Uruguay tem um governo de esquerda pela primeira vez na história. E com isso criou-se um Ministerio do Desenvolvimento Social. E esse Ministerio decidiu padronizar todas as organizaçoes que atendem pessoas que vivem na rua. E esse padrao de trabalho é pior do que o que utiliza o CEPRODIH. Mas se o CEPRODIH nao se adaptar à essas exigencias absurdas, que restrigem o trabalho e a qualidade de serviço e vao contra a filosofia de trabalho do CEPRODIH, o governo corta a verba. Assim, decidiu-se mudar o foco de trabalho para mulheres vítimas de violência, já que há uma grande coincidência entre as duas populaçoes: de rua e vitimas de violencia. Na pratica, a principio vai se mudar bem pouco as pessoas atendidas e a forma de trabalho só vai melhorar, pois agora haverá uma equipe especializada em cuidar de mulheres vitimas de violencia domestica. É a forma de CEPRODIH se adaptar às ordens de pessoas que nao sabem muito bem o que fazem.
E a Jornada de Sábado foi sobre essa clarificaçao do trabalho de 2007. Parece que vai ser um ano chave para CEPRODIH e há muitos riscos, mas também muitas oportunidades de melhoria. Até porque a própria estrutura administrativa vai ser melhorada. E foi também divertida, é bom passar um tempo com pessoas boas, competentes e comprometidas em fazer bem seu trabalho. Ainda mais considerando que é um trabalho tao bom.
De resto, aproveitei que ia estar fora por um dia e passei um anti-pulgas no meu quarto, porque nem tudo sao flores quando se mora com velhinhos de rua. haha Os fins-de-semana agora sao de limpar o quarto, lavar roupa, lavar roupa de cama, mas nao passar. hahaha Camiseta amassada agora é estilo pra mim. Deixa os uruguaios pensarem que no Brasil se usa roupa assim, digo que está na moda.
Beijos e sorrisos,
Soneca

22 março 2007

 

Estrelas

Olá, pessoas!
Alguns devem lembrar que dizia que minha próxima viagem de férias seria para algum lugar onde pudesse ver estrelas. Bonito, Chapada, Caraíva...
Bom, todo dia quando chego à noite e subo a escadinha que dá no teto do refugio, onde moro, vejo o céu. Nao há nenhuma iluminaçao artificial e com a pouca poluiçao de Montevideo sempre consigo ver muitas e muitas estrelas.
Na verdade esse post é pra avisar que o próximo post de verdade vai vir só Segunda e nao mais Sexta como todos os outros. Até lá.
Beijos e sorrisos,
Soneca

16 março 2007

 

Diarréia e Inspiração

Oi, pessoas,
Bom, foi uma semana sem maiores novidades. No trabalho estou um momento de provar para a chefe que minhas idéias são boas e de resto peguei uma infecção intestinal que me deixou de cama.
Aliás, a única coisa pior que ficar doente longe de casa e dos cuidados da mãe, é ter diarréia e vômitos num banheiro sem água! haha Tinha que usar o banheiro e depois fazer 4 viagens com dois jarrinhos de água da cozinha até o banheiro, para encher a descarga. Se uma vez já é chato, imagine a noite toda! Bom, na verdade depois achei um balde maior que me economizaram muitas viagens, mas mesmo assim. Fora o fato do banheiro estar a uns 20 metros do quarto, com uma escada no meio, sendo que metade do caminho é no teto, descoberto. E estava chovendo. Bom, para mudar a sorte, no dia seguinte a doutora do refúgio estava lá e me receitou um remedinho e agora já estou bem melhor. O unico problema é que acho que vou ter que ficar uns dias sem comer alfajor. :(

Estas semanas estou lendo bastante. Terminei de ler "O Banqueiro dos Pobres", que conta a história de Muhammad Yunus e o Grameen Bank (se você não conhece nem ele, nem o banco, vai pesquisar. Eu proibo qualquer um de ler este blog sem conhecê-los). Comecei a ler um coletânea dos melhores contos clássicos russos e o livro "Como mudar o mundo", que retrata a história da Ashoka (idem para o que disse sobre Yunus e o Grameen, não passe dessa parte sem saber o que é) e conta a história de alguns Empreendedores Sociais no mundo todo. São livros, histórias, exemplos, que vão moldando o que eu quero fazer e como eu quero fazer nesse mundo.
Cada vez mais tenho idéias, planos, visoes, desejos e espranças. Não vou dizer todas ainda para não parecer muito pretensioso. Mas já posso dizer que minhas idéias parecem até para mim megalomaníacas e pretensiosas e às vezes me pergunto o quanto desses desejos não se revelam por vaidade. Acho que esse tempo sozinho é bom para isso. Descobrir onde me levam as razoes importantes e onde me levam as razoes frívolas para agir.
Hoje a noite vou ver Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare, no Teatro Solis, o mais chique daqui, (ontem não consegui ver Hamlet por causa da infecção) e amanhã vou ver A Tempestade, também de Shakespeare. Com o teatro e a literatura, vejo a beleza da criatividade na ficção, o admirável olhar dos grandes artistas sobre a realidade por todos os tempos. Com a história da Ashoka e do Grameen, vejo a beleza da criatividade na vida real, o admirável olhar dos grandes empreendedores sobre todas as realidades do tempo presente. Assim tento chegar ao futuro. Inspirado pela beleza humana.

Beijos e sorrisos,

Soneca


09 março 2007

 

Criando uma rotina

Oi, pessoas,
Finalmente tenho um quarto definitivo. Agora moro no teto de uma casa que funciona como albergue de idosos. É da propria ONG e está aberto 24 horas por dia porque é um refugio noturno também. Existe um quarto no teto, eu nao moro no telhado. É um quarto grande, bem ajeitado, com privacidade e antes de dormir fico conversando com os assistentes sociais do lugar e com os velhinhos que sao bem legais. Eu já construí um cabideiro e forrei as prateleiras do armario com papel colorido. O chao é pintado de rosa e as paredes de verde. Ja arrumei todas as minhas coisas nele e está bem aconchegante agora.

No trabalho eu alterno entre 1) fazer traduçoes, trabalhar com cartas e propostas a fundos internacionais aqui (que é a forma como eles captam recursos aqui; assim e com o governo, principalmente) e 2) desenvolver uma estratégia de captaçao com o capital privado que é como funciona no Brasil. Quero fazer tanto uma campanha para conseguir doadores pessoa física, como começar a fazer parcerias com empresas. Mas o bom espanhol está me fazendo falta na hora elaborar as propostas para empresas.

Minha vida social por enquanto é só vida cultural. Fui ao teatro ver, primeiro o ensaio, depois o espetaculo dos Palhaços sem Fronteiras franceses. Terça que vem vou ver um show do Nenhum de Nós! Sim, é de graça, claro. Parece que tem uma iniciativa cultural aqui chamada Expresso Porto Alegre, que trazem a cultura gaucha pra cá. Assim vou ver, também de graça, três peças de teatro, todas de Shakespeare, encenadas em português por um grupo gaúcho. Hoje vou de novo ao tablado, ver as murgas, o carnaval uruguaio e talvez vá beber em algum lugar com o povo da AIESEC daqui.

De interessante? Hmmm... a cidade como um todo é bem tranquila, mas o lugar onde trabalho é meio perigoso. Sempre tem policia por aqui e tem um monte de trombadinha. Um deles tentou me roubar, se é que podemos dizer isso, só no blefe. Veio me pedir dinheiro, depois começou a dizer um monte de coisa em espanhol que devia ser algo supostamente amedrontador pelo tom dele, mas só para ver se eu entrava em panico e dava tudo pra ele. Eu fui conversando e andando, até que ele desistiu e foi embora. Outro dia eu fiquei conversando mais de uma hora com outro moleque de rua, o Alexis, esse usava outra tática. Ele diz que nao adianta roubar, porque você vende o celular, gasta o dinheiro e já era. É melhor ser bonzinho e ter amigos que te ajudam (dao esmola) sempre. Pelo visto ele faz isso com varias pessoas, especialmente estrangeiros, que vivem ali pelo centro. Tem um monte de cartas na manga para mostrar o quanto tem a vida sofrida (e tem mesmo) para sensibilizar e conseguir doadores regulares. Bom, basicamente ele faz a mesma coisa que eu pra ONG. hahaha Nao se pode negar que seja um empreendedor. Falei com ele sobre oportunidades de mudar de vida, mas ele parecia mais preocupado em me sensibilizar e conseguir outro doador regular. Nao se empolgou muito com minhas ofertas de roupa e conselhos de procurar uma organizaçao de apoio e etc.

Bom, é isso. Agora tá acabando a fase das novidades, estou começando a ter rotina e espero que tudo seja mais produtivo.

Beijos e sorrisos,

Soneca


02 março 2007

 

Uma semana de trabalho!

¡Hola a todos!
Sexta-feira, fim da minha primeira semana de trabalho, inicio do meu primeiro fds de balada! haha Bom, quanto às baladas nao sei ainda, mas o trabalho foi bom.
Meu trabalho fica na Ciudad Vieja, é uma regiao antiga, um pouco degradada, perto do porto e cheia de bancos e homem de terno. Lembra um pouco o centro de Sao Paulo, a nao ser pela quantidade de gente que, claro, é BEM menor.
O prédio onde trabalho tambem é bem antigo, tem 5 andares, eu trabalho no quinto. Tem elevador, daqueles de porta manual, barulhento e que nao tem luz; um cenario de filme de terror perfeito. Aqui funciona como albergue para mulheres de rua e seus filhos e também o projeto de capacitaçao e cursos profissionalizantes da ONG.

Desde segunda, além de trabalhar, também estou morando com a minha chefe. Adriana Abraham, diretora, fundadora, fellow da Ashoka e minha mentora aqui. É numa vila de casas muito legal e tranquila, mas nao muito perto. Estou dormindo no que é a sala de TV e é muito bom. Mas a partir da semana que vem já mudo pro meu quarto definitivo que fica em outra casa da ONG, o que tem o projeto que acolhe homens idosos. É mais perto e num lugar prático da cidade e vai ser bom finalmente ter um lugar fixo e poder desfazer direito minhas malas e me assentar. E também nao me importa muito detalhes como o fato da casa estar a 3 dias sem água! haha

Meu trabalho é de captaçao de fundos e marketing, no computador, de escritório mesmo. O único detalhe é que na mesa do lado nao tem outro computador, mas sim uma mesa de costura, onde algumas mulheres fazem uniforme para vender.
O horário é totalmente flexivel. Chego e vou embora quando quero, tenho a chave e tudo depende da minha responsabilidade. Trabalho com propostas para fundos internacionais de desenvolvimento e estou com algumas idéias de parceria com empresas e relacionamento com doadores que quero implementar. Também ajudo minha chefe nas coisinhas que ela precisa, em geral traduçoes de documentos de inglês para espanhol e vice-versa. Assim meu espanhol vai melhorando na marra.
Como o horário, minhas obrigaçoes também sao bem flexiveis. O que na verdade nao é tao bom assim, pois também nao sao muito claras. Por exemplo nao consegui entender como funciona todos os projetos daqui e nao há uma maneira formal de eu aprender isso. Vou ter que fazer o meu trabalho e com o tempo ir conhecendo o dos outros para poder ter uma visao geral da ONG.

Está tudo ótimo, o trabalho tem muitos desafios e acho que vou conseguir trazer bons resultados para cá. Com o tempo os pequenos detalhes vao se acertando e a temperatura vai caindo.
Beijos e sorrisos,
Soneca

23 fevereiro 2007

 

URUGUAY!!

Hola!! ¿Que tal?
Sim, povo, já estou em Montevideo. E aqui é muito bom. Ainda não comecei a trabalhar por isso vou falar apenas da cidade.

Estou na casa de Andrea, uma menina da AIESEC daqui. Devo ficar aqui até semana que vem, quando começo a trabalhar e devo mudar para a própria ONG ( www.ceprodih.org )
A vista daqui é linda, de frente ao prédio tem um clube de golf e logo depois o Rio da Prata. A cidade é muito tranquilo o bairro aqui é muito bonito. Tem uma praia aqui pertinho, praia normal, com areia branca e tudo, mas dá para o rio. As únicas diferenças são que não tem onda e a água é menos salgada ( MENOS salgada, mas ainda é um pouco salgada por que já está misturada com a água do mar), o que só torna a praia melhor ainda para mim! haha
É muito bom caminhar pela rambla, que é como chamam aqui a rua que beira toda a orla.
A cidade é bem pequena, tem pouco mais de 1 milhão de habitantes e é facil andar de onibus aqui. Custa mais ou menos 1 real e 50. Parece que não tem muito perigo andar a noite, o povo da AIESEC daqui nunca foi assaltado, por exemplo. Mas onde eu vou morar acho que é uma região mais pobre e talvez menos segura. Mas nada comparado a qualquer região de São Paulo pelo que vi até agora.
Ainda não fui às baladas daqui, mas devo ir hoje e amanhã. Talvez esse fim de semana eu vá a Punta del Leste, onde a menina que está me hospedando tem uma casa. As mulheres daqui são muito bonitas, mas todas do mesmo tipo. Pele bem clara e bonita, cabelos castanhos ou loiros e muitas vezes olhos claros. Há pouca diversidade. E os homens tem todos caras de argentinos! hahaha É tudo igual ao Saviola ou ao Recoba aqui! Falando nisso, ainda nao descobri onde vou jogar futebol aqui. E já visitei um cassino, qualquer dia vou com dinheiro para gastar na roleta e nas maquininhas de slot. haha
Bom, é isso. Quando começar a trabalhar, mando mais noticias. Mais coisas interessantes, porque por enquanto só estou passando férias aqui! haha
Beijos e sorrisos,
Soneca

06 fevereiro 2007

 

E acaba o mês dos Guerreiros sem Armas...

Sobrevivi.

No ultimo post estava na fase de propostas. Desde então aconteceu muita coisa. MUITA coisa.
Primeiro algumas frustações. Pouca gente da comunidade para ver as propostas, muitas duvidas, duvidas de comprometimento, de eficiencia, de continuidade, de confiança. Foi um momento de fé. Onde finalmente veio a realidade nos dizer que nem tudo são flores e percebemos que nem tudo é planejamento, método e racionalidade. E precisamos da fé na nossa força de vontade e da fé no lado bom das pessoas. E aí começou o mais bonito do aprendizado, onde aprendemos que essa fé compensa.
E começamos a construir.
A última semana, foi a semana da ação. Mão na massa, na enxada, no saco de lixo e na merda. Mas tambem no tijolo, na terra, nas plantas e na tinta.

E fizemos algo incrivel. Mais algumas lições sobre como certos projetos, principalmente os sociais, devem ser começados primeiro e planejados durante. Não que eu esteja subestimando o planejamento, mas o planejamento na area social é algo diferente. Você precisa saber onde começar, o que começar e com quem começar. Mas o resultado só sai, se você conseguir seguir, adaptar e potencializar as influencias locais do projeto, quando ele começa a ser executado.

E os resultados do nosso trabalho foram maravilhosos. Transformamos lugares de uma maneira que eu não acreditaria a um mês atrás.

Falando de uma maneira mais prática, para que vocês entendam, os projetos de curto prazo elaborados, que desenvolvemos nessa ultima semana de ação, se definiram em duas grandes reformas:

1) A transformação da Apene (o predio que vinhamos limpando o tempo todo) em um Centro Cultural, com uma praça na frente.

2) A transformação de um terreno abandonado, cheio de lixo, entulho e comida, vegetação fechada e ruinas em um jardim/horta comunitario.

E conseguimos. O maior impacto, disparado, foi nas crianças do lugar. O jardim se tornou o jardim das crianças, numa idéia do coordenador geral do programa, inspirada em uma experiencia de sucesso no Peru, cada criança cuida de um pequeno jardim, com responsabilidade e seriedade. Foi um sucesso. A praça em frente à Apene também se tornou um grande e lindo playground para as crianças. E uma certeza dentro de mim que o futuro dessas pessoas está num caminho melhor agora.

Agora também vêm as dúvidas. Será que vai continuar assim? Será a comunidade vai cuidar? Respeitar? Será que a comunidade vai se esforçar para concluir o que ainda falta ser construido? Será que os projetos a médio e longo prazo vingarão?

Eu acredito que sim. Mas eu sou assim, eu acredito. E até hoje ninguém me convenceu que acreditar não vale a pena.

Agora eu descanso em São Paulo por um tempo e vou para o Uruguay, numa aventura diferente. Torcendo para que até o fim da minha vida, eu canse por trabalhar demais e descanse com um sorriso no rosto.

Beijos e sorrisos,

Soneca


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